quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

TIPOLOGIA DOS TRABALHOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS

TIPOLOGIA DOS TRABALHOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS

Existem diversos tipos de trabalhos acadêmicos e/ou científicos. Podem-se citar, entre eles, os seguintes: Trabalhos de Graduação, Trabalho de Conclusão de Curso, Monografia, Dissertação, Tese, Artigos Científicos, Paper e Resenha . Esses trabalhos científicos possuem características próprias, como a sistemática, a investigação, a fundamentação, a profundidade e a metodologia e, dependendo do caso, a originalidade em tema e método e a contribuição da pesquisa para a construção do conhecimento científico, como é o caso das teses e das dissertações. Destaca-se que a estrutura dos trabalhos científicos segue, quase sempre, um padrão que compreende uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. A introdução do trabalho costuma abranger os objetivos da pesquisa, os problemas, as delimitações e a metodologia adotada para a sua realização. O desenvolvimento é mais livre, podendo o pesquisador dissertar sobre o tema propriamente dito, sem, contudo, abandonar pontos importantes, como a demonstração, a análise e a discussão dos resultados. Por fim, o autor poderá escrever suas conclusões a respeito da discussão realizada ou dos resultados obtidos. Neste ponto, o pesquisador deverá ser enfático, ressaltando as posições que deseja defender ou refutar.

TRABALHOS DE GRADUAÇÃO

Os trabalhos de graduação não constituem, obrigatoriamente, trabalhos de cunho científico, mas de iniciação científica, uma vez que precisam ser apresentados dentro de uma sistemática e de uma organização que estimulem o raciocínio científico. Visto que, frequentemente, o enfoque pretendido em trabalhos de graduação é a assimilação de um

conteúdo específico, é comum que uma revisão bibliográfica ou uma revisão literária, seja tida como suficiente. Porém, nada impede que sejam realizados outros tipos de trabalhos acadêmicos como relatórios e pequenas pesquisas. No entanto, é importante ter em mente a cientificidade da sistemática adotada para a realização desses trabalhos.

TRABALHOS DE CURSO (TC)

O Trabalho de Curso (TC), também conhecido como Trabalho de Final de Curso, é tido como uma monografia sobre um assunto específico. Tem como objetivo levar o aluno a refletir sobre temas determinados e transpor suas ideias para o papel na forma de uma pesquisa ou de um relatório. Para a graduação, por se tratar de mais um requisito para a complementação do curso, o estudo não necessita ser tão completo em relação ao tema escolhido, como é o caso de uma dissertação ou tese. No entanto, o aluno não deve perder de vista a clareza, a objetividade e a seriedade da pesquisa.

MONOGRAFIA

Apesar de haver esta classificação, inclusive aceita internacionalmente, são comuns certos equívocos em relação à palavra monografia com respeito a dissertações, teses e trabalhos de fim de curso de graduação. Etimologicamente, monografia é um estudo realizado com profundidade sobre um único assunto. No entanto, esta nomenclatura parece destinada aos Cursos de Especialização, tendo como fim primeiro levar o autor a se debruçar sobre um assunto em profundidade com o intuito de transmití-lo a outrem ou de aplicá-lo imediatamente. A monografia, exigida para a obtenção do título de especialista em alguns cursos de pós-graduação , é semelhante ao Trabalho de Final de Curso apresentado em cursos de graduação. Também possui como objetivo levar o aluno a refletir sobre determinados temas e transpor suas ideias para o papel na forma de uma pesquisa. Para o caso da pós-graduação, o estudo necessita ser um pouco mais completo em relação ao tema escolhido para a pesquisa.

DISSERTAÇÃO

A dissertação, que paulatinamente está se destinando aos trabalhos de cursos de pós-graduação (mestrado), busca, sobretudo, a reflexão sobre um determinado tema ou problema, o que ocorre pela exposição das ideias de maneira ordenada e fundamentada. Dessa forma, como resultado de um trabalho de pesquisa, a dissertação deve ser um estudo o mais completo possível em relação ao tema escolhido. Deve expressar conhecimentos do autor a respeito do assunto e sua capacidade de sistematização. Nesse contexto, uma das partes mais importantes da dissertação é a fundamentação teórica, que procura traduzir o domínio do autor sobre o tema abordado e a sua perspicácia de buscar tópicos não desenvolvidos.

TESE

A tese, a exemplo da dissertação dirigida para o mestrado, cumpre o papel do trabalho de conclusão de pós-graduação (doutorado). Caracterizase como um avanço significativo na área do conhecimento em estudo. Deve tratar de algo novo naquele campo do conhecimento, de forma a promover uma descoberta ou, mesmo, dar uma real contribuição para a ciência. O trabalho deve ser inédito, contributivo e não-trivial. Os argumentos utilizados devem comprovar que a ideia exposta é verdadeira e convencer.

ARTIGO CIENTÍFICO

O objetivo principal do artigo científico é levar ao conhecimento do público interessado alguma idéia nova ou alguma abordagem diferente sobre determinado tema já estudado, como particularidades locais ou regionais de um assunto, sobre a existência de aspectos ainda não-explorados em alguma pesquisa ou a necessidade de esclarecer uma questão ainda não resolvida. A principal característica do artigo científico é que as suas afirmações devem estar baseadas em evidências, sejam elas oriundas de pesquisa de campo ou comprovadas por outros autores em seus trabalhos. Isso não significa que o autor não possa expressar suas opiniões no artigo, mas que deve demonstrar para o leitor qual o processo lógico que o levou a adotar aquela opinião e quais evidências que a tornariam mais ou menos provável, formulando hipóteses.

PAPER

O paper possui estrutura gráfica muito similar à do artigo científico. Em virtude disso, devem-se apenas excluir os itens resumo e palavras-chave. Os demais itens seguem as definições utilizadas no artigo científico. Quanto à abordagem do tema, o principal diferencial entre o artigo científico e o paper está na profundidade: no paper, a análise deverá ser mais superficial e condensada, podendo ou não conter um parecer do autor. Porém, caberá a cada professor ou instituição definir os limites de aprofundamento dos trabalhos realizados, que poderão variar de um tema para o outro.

RESENHA

É um tipo de redação técnica que avalia precisa e sinteticamente a importância de uma obra científica ou de um texto literário. A resenha nunca pode ser completa e exaustiva. O resenhador deve proceder seletivamente, filtrando apenas os aspectos pertinentes do objeto, isto é, apenas aquilo que é funcional em vista de uma intenção previamente definida. A resenha combina resumo e julgamento de valor. Seu objetivo é oferecer informações para que o leitor possa decidir quanto à consulta ou não do original. Daí a resenha dever resumir as ideias da obra, avaliar as informações nela contidas e a forma como foram expostas, bem como justificar a avaliação realizada. A resenha consta de:

a) Uma parte descritiva em que se dão informações sobre o texto:

- nome do autor (ou dos autores);

- título completo e exato da obra (ou do artigo);

- nome da editora e, se for o caso, da coleção de que faz parte a obra;

- lugar e data da publicação;

- número de volumes e páginas.

Pode-se fazer, nessa parte, uma descrição sumária da estrutura da obra (divisão em capítulos, assunto dos capítulos, índices etc.). No caso de uma obra estrangeira, quando tratar-se de tradução, é útil informar a língua da versão original e o nome do tradutor.

b) Uma parte com o resumo do conteúdo da obra:

- indicação sucinta do assunto global da obra (assunto tratado) e do ponto de vista adotado pelo autor (perspectiva teórica, gênero, método, tom etc.) - resumo, com os pontos essenciais do texto e seu plano geral - comentários e julgamentos do resenhador sobre as ideias do autor, o valor da obra etc.

A leitura e a documentação

Para início de estudo: Precisamos reservar tempo para a leitura, pois o ato de ler constitui-se numa atitude fundamental para a formação, de maneira que, quando optamos por um curso superior, não podemos fugir do compromisso de ser leitores assíduos dos temas que são tratados na sala de aula e dos acontecimentos que envolvem a sociedade em que vivemos. Seu sucesso nos estudos e, conseqüentemente, profissional, depende apenas de você, da sua capacidade de ir em frente.

A importância da leitura: Quem não possui o hábito da leitura, precisa desenvolvê-lo, pois é difícil uma formação de qualidade sem muita leitura. O objetivo desta seção é apresentar algumas informações que venham a despertar em você o gosto pela leitura e oportunizá-lo a fazer melhor proveito dela.

Como você costuma selecionar seu material de leitura?

O que você necessita saber é que, quando encontrar o material que julgar certo, primeiro precisa fazer uma leitura de reconhecimento, olhar a capa e contracapa, o autor, as orelhas, o sumário (neste, observe os títulos e subtítulos), as referências indicadas pelo autor (para ter uma noção mais precisa sobre as bases em que o autor se apoiou), a introdução e o prefácio dos livros, para depois ler.

Esses elementos, de acordo com Cervo e Bervian (2002, p. 91), Nascimento e Póvoas (2002, p. 29-30) e Galliano (1986, p. 74), podem dar uma idéia sobre o tema, e você poderá identificar se será útil para o objetivo que pretende alcançar no seu estudo. Uma dica importante: quando fizer leitura para pesquisa, anote os pontos principais em fichas de leitura, bem como a fonte consultada. Não perca isso de vista, pois, se não tiver à mão a referência do material utilizado, não poderá utilizar daquele conteúdo.

No livro, os dados estão contemplados, em uma ficha catalográfica, na segunda ou terceira folha, nas revistas, estão na capa. Faça uma cópia desses dados ou anote, para referenciar ao final do texto, quando for fazer os apontamentos.

A finalidade da leitura deve ser memorizar, apreender o conteúdo e formar um senso crítico sobre o assunto, de acordo com Bastos e Keller (2002, p. 19-32) e Galliano (1986, p. 70-71). É preciso, antes de se fazer qualquer fundamentação, levar em consideração três regras básicas para facilitar a aprendizagem:

- Atenção: capacidade de concentração em um só objeto, sabendo que, a atenção não pode se manter fixa por longos períodos, sem perder sua eficácia, por isso um período de atenção requer outro de descanso. Para prender a atenção, é ideal criar o máximo de interesse pelo assunto estudado;

- Memória: memorizar é reter ou compreender o que é mais significativo de um conteúdo, ao inverso de ter decorado, o que só permite repetição. A memorização é possível a partir da observação dos seguintes pontos: repetição, atenção, emoção, interesse e relacionamento dos fatos com outros conteúdos, já retidos na memória;

- Associação de ideias: é uma capacidade que possibilita ao indivíduo relacionar e evocar fatos e idéias. É fácil observar quantos assuntos vêm à tona, por fatos e idéias relacionadas com experiências anteriores dos interlocutores, na troca de palavras em uma conversa. Para melhor aprendizagem, podemos usar dessa técnica, para associar o conteúdo.

Para adquirir o hábito da leitura, devemos reservar um tempo diário para ler, selecionar material e local apropriado.

Bibliografia:

CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodologia Científica. 5.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

MATTAR, João, Metodologia do Trabalho Científico: documento de apostila on line. São Paulo: UVB, 2004. Disponível em:. Acesso em: 07 fev. 2011.

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